terça-feira, 20 de julho de 2010

Exercício e Gravidez




Durante muito tempo a gestação era um período de inatividade para as mulheres que eram orientadas a evitar as academias ou mesmo atividades como caminhadas ou natação. Segundo o presidente da Associação Alemã de Ginecologia, Christian Albring, a prática de exercícios, desde que liberada pelo obstetra, deve fazer parte da vida da gestante.

Praticamente todas as mulheres grávidas experimentam algum desconforto musculoesquelético durante a gravidez. A mudança do centro de gravidade, a rotação anterior da pelve, o aumento da lordose lombar e o aumento da elasticidade ligamentar são os principais responsáveis pelos sintomas que atingem pelo menos 25% das gestantes. Estudos comprovam que um programa de exercícios executado três vezes por semana durante a segunda metade da gravidez parece colaborar na redução da intensidade das dores lombares, aumentando também a flexibilidade da coluna.

Além disso, atividade física aeróbia auxilia de forma significativa no controle do peso e na manutenção do condicionamento, além de reduzir riscos de diabetes gestacional, condição que afeta 5% das gestantes. A ativação dos grandes grupos musculares propicia uma melhor utilização da glicose e aumenta simultaneamente a sensibilidade à insulina, o que diminui os riscos dos bebês nascerem com sobrepeso.

Os estudos também mostram que a manutenção da prática regular de exercícios físicos ou esporte apresenta fatores protetores sobre a saúde mental e emocional da mulher durante e depois da gravidez. E ainda existem dados sugestivos de que a prática de exercício físico durante a gravidez exerce proteção contra a depressão puerperal (período que vai do fim da gestação até o retorno às condições anteriores à gravidez).

A quantidade e o tipo de atividades devem ser adequados ao período da gravidez e ao condicionamento físico prévio da mulher. As atividades de impacto e os esportes competitivos não são indicados às grávidas. Especialmente esportes que envolvam movimento súbitos e aumentos repentinos da frequência cardíaca, pois estes podem prejudicar a saúde física e mental do feto e gerar, ainda, um parto prematuro.

A natação em água com temperatura acima dos 20 graus é uma das melhores opções, pois a flutuação do corpo alivia a sobrecarga de peso sobre as articulações. Outra característica interessante das atividades aquáticas é o fato de que a frequência cardíaca não se eleva de forma súbita durante uma sessão de natação, por exemplo.


O uso de equipamentos como esteiras, bicicletas e aparelhos aeróbicos pelas grávidas permite que intensidade do esforço seja ajustada individualmente. Acompanhada pelo monitoramento da freqüência cardíaca durante o esforço, permite que os limites estabelecidos no planejamento da sessão de exercícios não sejam ultrapassados.

Outra área que sofria limitações até pouco tempo era a musculação para grávidas. Os exercícios de resistência utilizando pesos não estão proibidos para as gestantes. A carga de peso utilizada deve ser diminuída e deve-se selecionar os grupamentos musculares exercitados. O abdômen obviamente deverá ser poupado, porém trabalhar pernas e braços não apresenta problemas.

Assim, se o exercício for prescrito, a sensação de conforto deve ser a medida de segurança. O aparecimento de qualquer sintoma, tal como, alterações de visão, dor de cabeça, náusea ou vertigem deve levar a grávida ao término da prática e à discussão com seu médico sobre os exercícios praticados.

fonte: http://www.exercicioesaude.com/?acao=noticias&cd_cat=20
http://www.scielo.br/pdf/%0D/rbr/v45n3/v45n3a19.pdf

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