terça-feira, 3 de agosto de 2010

Mergulho em Apnéia

A palavra apnéia tem suas origens do grego e significa a ausência da respiração. Durante este processo o mergulhador não inala , no entanto não significa que não tem oxigênio. Processos celulares no corpo de freedivers, continuamente consomem o oxigênio inalado. Da mesma forma, o nível de CO2 no corpo aumenta.

O cumprimento de uma apneia não é apenas uma questão de capacidade de pulmões, mas também da habilidade de relaxar e de retardar o metabolismo e assim abaixar o consumo de oxigênio e a produção de CO2.

PRENDENDO A RESPIRACAO
Enquanto se prende a respiração, o nível de CO2 aumenta, o que provoca ao sistema respiratório a vontade de exalar. Este processo tem várias etapas. Inicia-se com um sentimento de desconforto e cresce a contrações fortes do diafragma, que com a ajuda destas suas contrações, tenta forçar os pulmões a exalar o gás baixo em oxigênio.

Uma pessoa normal, saudável pode segurar sua respiração por volta de 1 minuto. Então, como seria possível que freedivers podem segurar sua respiração por 8 minutos ou ainda mais tempo? A resposta esta escondida ao fundo em nossos instintos, no que é chamado – diving reflex ou, reflexo do mergulho.

Diving reflex
O reflexo de mergulho que acontece com mamíferos (Mammalian diving reflex) é uma habilidade que possibilita focas e outros mamíferos marinhos a serem capazes de mergulhar a grandes profundidades e segurar a respiração por um tempo extenso. Em outras palavras, significa que algumas mudanças psico-fisiológicas levam a redução de oxigênio a ser consumido, devido a uma diminuição no metabolismo, abaixando assim o batimento cardíaco e direcionando o sangue de partes periféricas de corpo a órgãos vitais.

Quando mesmo uma pessoa inexperiente começa uma apneia, seu batimento cardíaco cai em torno de 5 – 7 %. Logo que seu rosto entra em contato com a água, esta queda pode alcançar 20 %. A pressão hidrostática também tem um papel significante, e em grandes profundidades pode fazer cair o batimento cardíaco ainda mais, até mesmo números extremos ao redor de 10 batidas-por-minuto.

Juntamente com os mamíferos marinhos o próprio homem possui a habilidade da dispersão do sangue. Blood shift é um estado que vem após algum tempo de se estar em apnéa quando o sangue é mudado das partes periféricas do corpo em direção a órgãos vitais (coração, pulmões, cérebro). Este processo possibilita que o tempo que o nosso corpo fica em apnéia se estenda.

O homem possui também outro mecanismo que ajuda o transporte de oxigênio pelo sangue - o baço. Durante mergulhos repetitivos o baço libera células de sangue vermelhas, inativas carregando oxigênio.

PRESSÃO AQUÁTICA
Existe ainda, mais um empecilho ao qual freedivers que atingem grandes profundidades devem enfrentar - o aumento da pressão da água que afeta o nosso corpo. Até mesmo aqui se aplica que a mãe natureza equipou o ser humano com a capacidade de lidar com essa dificuldade.

Não a muito tempo atrás, nos anos 50, doutores pensavam que a pressão que a água exercia em profundidades maiores que 50 metros seria tão grande que causaria os pulmões e a caixa torácica a colapsar. Todos ficaram muito surpresos quando Enzo Majorca atingiu essa profundidade em 1962. Nossos pulmões são capazes de compensar esta pressão que e exercida na profundidade, aumentando o volume de sangue nos tubos capilares que por sua vez é não comprimível, o que leva a preencher o espaço na área do peito.

Fonte: http://www.freedivecenter.com/pt/freediving-fisiologia

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