domingo, 1 de agosto de 2010

Histórico do Doping



O problema do doping vem do homem para o esporte e não do esporte para o homem. O desejo de se superar continuamente, tentando ser mais forte e mais potente, sem respeitar limites, pode ser evidenciado em todas as etapas da história da humanidade. Csaky menciona que o primeiro caso de doping ocorreu no paraíso, quando Eva oferece a Adão a maçã, dizendo que se ele comesse o fruto proibido seria tão forte e poderoso quanto Deus, o que era eticamente proibido.

Na China, o Imperador Shen-Nung, no ano 2.737 a.C., já conhecia os efeitos estimulantes da infusão de “machuang”, uma folha que contém altas concentrações de efedrina e era rotinei- ramente utilizada para aumentar a capacidade de trabalho.

De acordo com os relatos de Philostratus e Galeno, já nos Jogos Olímpicos da Antiguidade, que foram iniciados no ano 776 a.C., os atletas bebiam chás de diversas ervas e comiam certos tipos de cogumelos, buscando aumentar seu rendimento atlético nas competições.

No final do século XIX, quando o esporte começou a ser organizado de uma forma internacional, um alquimista da Córsega com o nome de Mariani produziu um vinho com folhas de cocaína, chamado de “Vin Mariani”, e que se tornou bastante popular entre os ciclistas da época.

Em 1896, o pacifista francês Barão Pierre de Coubertin, organizou os primeiros Jogos Olímpicos da Idade Moderna na cidade de Atenas, capital da Grécia. Na época, os atletas já conheciam o uso de estimulantes, particularmente a cocaína, a efedrina e a estriquinina, e as utilizavam em forma de pequenas esferas, chamadas de “bolinhas”. Deste fato é que surgem os termos “usar bola” ou “emboletar-se”.

No período entre 1896 e 1932, nove Jogos Olímpicos foram organizados, excluindo-se apenas os anos da Primeira Guerra Mundial. Nesta época, o doping não era algo comum entre os atletas, estando restrito eventualmente ao ciclismo. A razão era a filosofia olímpica implantada por Coubertin, que fazia com que os atletas valorizassem mais a participação nos jogos do que a vitória.

O primeiro político que utilizou os Jogos Olímpicos como instrumento para promover as suas idéias foi Adolf Hitler. Nos XI Jogos Olímpicos, realizados em Berlim no ano de 1936, Hitler buscou, através de uma organização monumental e da vitória dos atletas alemães, demonstrar o poderio de seu exército e a força de sua política, além da supremacia da raça ariana. Apesar de o atleta afro-americano Jesse Owens, que ganhou cinco medalhas de ouro em modalidades do atletismo, ter desmoronado os sonhos de Hitler, os Jogos Olímpicos estavam irremediavel- mente contaminados.

Durante e imediatamente após a Segunda Guerra Mundial, duas substâncias extremamente eficientes em aumentar de modo artificial a performance dos atletas surgem no mercado: a anfetamina e o anabólico esteróide. A anfetamina foi usada para melhorar a capacidade de combate de pilotos e comandos durante a guerra, eliminando o sono, a fome, a sede e a fadiga. Com o término da guerra, os jovens soldados se convertem em atletas, e levam aos estádios o seu conhecimento sobre estas substâncias. Os anabólicos esteróides foram utilizados no pós- guerra imediato como uma alternativa para reestruturar o sistema muscular dos prisioneiros de guerra, encontrados em avançado estado de desnutrição. Para resolver este problema, médicos do exército americano consideraram inicialmente o uso do hormônio masculino testosterona, substituído mais tarde pela nandrolona, sintética e mais eficiente em seu efeito anabolizante.

De 1936 a 1964, seis Jogos Olímpicos foram realizados, excluindo o período da Segunda Guerra Mundial. Nesta época, foi evidente o uso do esporte como um instrumento da luta pela supremacia política, além de ser uma forma de exposição de raça, religião e formas de governo. Este fato modifica irremediavelmente os valores propostos por Pierre de Coubertin, tornando-se agora imperiosa a vitória para os atletas, a qualquer custo ou por qualquer forma. As substâncias mais utilizadas neste período foram a anfetamina nos esportes de tipo aeróbico, e os anabólicos esteróides, depois de 1954, nos esportes de força e potência.

A primeira e única morte relacionada ao uso de doping em Olimpíadas foi a do ciclista finlandês Knud Enemark Jensen na Olimpíada de Roma de 1964. Apesar da imprensa ter declarado na época que sua morte decorreu pelo uso de estimulantes, sua autopsia mostrou que a causa mortis foi Hipertermia.Motivada pela morte do ciclista, o Comitê Olímpico Internacional se viu pressionado para criar uma comissão médica em 1967 e um organismo responsável pelo controle e teste de drogas nos atletas, em 1968 nas Olimpíadas de Inverno da Cidade do México.


Fonte: http://www.cob.org.br, www.wada-ama.org, www.thenewyorktimes.com

Um comentário:

  1. gostei muito mas eu acho que não devemos usar essa droga pois é ridicolo

    ResponderExcluir